93/93
Fernando de Aldebaran
Crenças Nativas-Povo Sábio-Magia Européia | |
Fazendo algumas pesquisas, achamos um texto bem interessante sobre práticas mágicas na Europa, segue abaixo o texto. Cunning Folk seria algo como povo astuto ou hábil, que numa interpretação seria dito como "gente sábia", algo muito próxima à base da Bruxaria Tradicional de raiz ou campesina. O termo direciona a pessoas ligadas a práticas magistas populares entre o século XV até o começo do século XX. Em Portugal e Espanha são conhecidos como benzedeiras e curandeiros. Temos autores como Willem de Blécourt, Katherine Briggs e Owen Davies têm focado seus estudos nas práticas e crenças populares, divulgadas e aceitas por historiadores e folcloristas. Na Escandinávia e Suécia eram conhecidos por serem pessoas mais idosas geralmente membros da comunidade, que atuavam com fitoterapias, medicina alternativa, parteiras e utilizavam de magia popular tal conhecemos como simpatias e o uso de rezas e rimas mágicas. Tal como em 1600 com os julgamentos por bruxaria, hoje ainda encontramos julgamentos e preconceito dessas técnicas, julgadas como superstições ou charlatanismo. Citamos Brita Biörn de Gotland, disse no tribunal que aprendeu a curar os doentes, quando ela passou algum tempo no submundo , e ela foi condenada à prisão de 1722 e 1737. Apensar da punição de "curandeiros" na Suécia só parecia ter o efeito oposto; cada vez mais pessoas buscam desta medicina popular e mágica. Existem muitos exemplos conhecidos de "curandeiros", muito além de suas fronteiras regionais de atuação, como Ingeborg de Mjärhult em 1700 e Kisamor e Gota-Lena 1800, na Noruega, algumas mulheres como Sæther Mor (1793-1851), Anna Brandfjeld (1810-1905) e Valborg Valland (1821-1903) alcançaram fama nacional. No século 19 na Noruega tinham pelo menos um curandeiro por região, tal era a credibilidade nas crenças tradicionais nativas, porém os conhecimentos das mesmas entraram em declínio devido a fatores diversos da sociedade, que vão da falta de pessoas interessadas até a globalização e erradicação cultural/ folclórica. Na Grã-Bretanha o termo "sábio" ou "esperto" é muito utilizado no sul da Inglaterra, como no País de Gales, outros nomes que são usados em língua nativa são "hysbys dyn" (galês) e "Pellars" (Cornualha) alguns etimologistas mencionam a origem em "expellers", referindo-se à prática de banimento de espíritos malignos. Algumas práticas magistas e encantos nasceram do politeísmo anglo-saxão e continuaram a serem usadas mesmo após o período de cristianização. A Lei de Bruxaria em 1542, promulgada sob o reinado de Henrique VIII, que visava tanto bruxas e curandeiros, e que previa a pena de morte para crimes como o uso de invocações e conjurações foi revogada em 1547 aproximadamente, sob o reinado do filho de Henry Edward VI e novamente restabelecida sob Elizabeth I. Em 1563, após a devolução do poder aos anglicanos, um projeto de lei foi aprovado pelo parlamento projetado para ilegalizar "Conjurações, Encantos e BruxariaS", mais uma vez sendo destinadas a ambos os supostos feiticeiros e curandeiros, entretanto esta lei não foi tão dura como a sua antecessora, com a pena de morte. Com o declínio da caça às bruxas no final do século XVII, em parte devido ao Iluminismo, entra uma nova lei em 1736, diferentemente da legislação anterior, esta não aceitava a existência da magia, e tomou a opinião de que nunca houvera qualquer bruxas retratando como práticas fraudulentas expressamente concebidos para enganar os crédulos a fim de ganhar dinheiro com eles. Já na Itália estas crenças tradicionais variam de região para região, utilizando nomes que incluem praticos (sábios), guaritori (curandeiros), fattucchiere (bruxas), donne che aiutano (mulheres que ajudam) e mago maga, ou maghiardzha (feiticeiros) e Streghe (bruxas). A crença folclórica italiana sobrevive até hoje, assim relata a socióloga Sabina Magliocco. Como no resto da Europa, o principal papel destas pessoas é ligada à cura, tanto através do uso de ervas como também da cura espiritual. Estas antigas crenças continuam a prevalecer dentro do Catolicismo Romano, que é evidente a partir do uso de amuletos e orações que, muitas vezes apelar à ajuda dos santos. As ferramentas mágicas geralmente incluem cordas ou cordões para amarrar, facas ou tesouras para cortar a doença, e os espelhos e as armas para refletir ou afastar os espíritos malévolos. |